domingo, 10 de março de 2013

Entrada para a 1ª Classe

Agora depois de toda a azafama, já consigo falar com calma do assunto. 
Foi uma nova etapa lá em casa para todos nós!!! Ui! E que etapa! As dificuldades enquanto Mãe, aumentam a cada novo passo que os nossos tesourinhos dão! E com o Rafael não tem sido diferente, não ignorando a minha princesita, a minha patareca Iris. Mas o Rafael abre o caminho do nosso conhecimento, a Íris aprofunda esse conhecimento.
Estávamos todos tão habituados  a ter o Rafael ali debaixo do nosso olho, se não era por nós em casa, era a Educadora na escola. Eu sabia que mais tarde ou mais cedo ele iria provar o sabor ligeiro da independência, sim porque entrada para a pré é o desmame, a entrada para a 1ª Classe é o primeiro passo para a sua independência. A partir de agora tudo muda... nunca mais vai ser a mesma coisa. Mas é muito difícil torna-se quase sofucante...! A professora principal do Rafael foi e tem sido excepcional, só que infelizmente ela não pode estar sempre com o Rafael de baixo de olho. Senti-me desesperada, porque senti o meu filho tão perdido no mundo dele... e como eu queria esta dentro dele para saber o que ele sentia!!! A entrada para a 1ª classe é difícil para todas as crianças, mas quando uma criança tem um problema de saúde não compreendido pelo senso comum é bem mais complicado.
Ouve descuidos por parte dos professores das atividades extra curriculares, houve um desinteresse tamanho por parte da coordenação da escola, porém o Rafael anda lá desde a pré-escola! Não o posso tirar de lá porque ele vai almoçar a casa da avó que fica na mesma rua; pois assim o meu coração está mais descansado, só tenho que me preocupar com o lanche.
Eu enviei e dei toda a informação à escola, no entanto ele deparou-se com o sabor da discriminação, o que se começou a refletir no comportamento dele, todos os dias eu tive queixas dele, e o pior é que eu sei a educação que lhe dou. Comecei a sentir-me revoltada comigo mesma, questionei-me enquanto mãe... estava a perder o controlo da situação. 
Depois de algumas noites mal dormidas, a pensar sobre o assunto decidi perder a vergonha... E arregacei as mangas, não sou eu que estou errada, mas sim as pessoas que não têm sensibilidade para acompanhar estas crianças especiais. Sempre que alguém falhar com ele eu vou estar ali para reivindicar os direitos dele enquanto criança que é! Não vou esperar mais pela compreensão dos outros, porque cada vez mais vivemos numa sociedade individualista e egoísta. Mas choca-me como é que temos professores tão mal formados e insensíveis.
O Rafael tem que tomar Fantomalt antes de fazer esforços físicos mais intensos, este produto é um suplemento de hidratos de carbono, pois ele se fizer esforço físico a mais, pode ter uma descompensação, que nós os que temos este meninos especiais temos noção do significado de uma descompensação. Assim quando faz educação física tem que tomar o fantomalt ante e imediatamente a seguir tem que comer, meio pão, para reforçar os hidratos. Pedi na escola para o professore quando terminasse a aula o lembrasse para comer, pois apesar de o Rafael ser um menino de 6 anos muito responsável, só tem 6 anos, e como todas as crianças desta idade com a brincadeira esquece-se. Por 3 vezes o professor esqueceu-se e ele não comeu. Outra situação que aconteceu foi numa aula de musica em que a professora dá rebuçados no final da aula a quem se porta bem, é óbvio que o Rafael se portou, pois os rebuçados que ela oferecia ele não podia comer. Sem saber questionei-o pelo facto de não se estar a portar bem, a resposta dele foi tão correta para ele, que fiquei com um aperto e uma revolta no coração... " -Mãe mesmo que me portasse bem os rebuçados que a professora dá não dão para mim".
E eu penso meu Deus como é possível??? Eu deixei a indicação lá, eu não me importo de comprar as coisas para ele, aliás faço questão, só não quero que ele se sinta excluído, até porque não há razão para que isso aconteça, eu estou sempre disponível para fazer as coisinhas para ele, a levar iguarias para ele!
Já tive que me chatear algumas vezes. Porque sinto uma falta de compreensão tão grande, andamos nós numa batalha diária pela vida do meu filho e pela sua saúde e bem estar, para num mês a escola e os seus profissionais por incompetência porem tudo a perder...
Tudo se vai compondo, mas temos que estar sempre atentas... Infelizmente educamos os nossos filhos, acompanhamos-os, formamos-os civicamente e na maioria das vezes os próprios profissionais a quem confiamos os nosso filhos durante um dia inteiro estragam este trabalho. É obvio que ele também tem excelentes pessoas com ele, no entanto é com o desinteresse dos outros que ele fica perturbado.


1 comentário:

  1. Olá Pris! Meu nome é Marlei e sou tia de uma menina de 5 meses, e acabamos de receber o diagnóstico de que está com acidemia glutarica tipo 2. Ficamos felizes, pois os médicos não davam nenhuma perspecitiva de vida, e agora sabemos que com os devidos cuidados ela poderá ter uma vida razoável.

    Por essa razão lhe escrevo, para saber se é possível manter contato contigo para troca de experiências e informações.

    O meu e-mail é: mtpauli@hotmail.com e no facebook pode me buscar por Marlei Pauli.

    Precisamos muito de ajuda.

    Aguardo um retorno.

    Grata

    Marlei Pauli

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